O Ministério da Saúde lançou uma pesquisa para avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental do brasileiro
Com o avanço do número de casos do novo coronavírus pelo Brasil, as pessoas tendem a ficar em estado de alerta o tempo inteiro e isso pode trazer consequências negativas para a saúde mental. O Ministério da Saúde, inclusive, lançou uma pesquisa para rastrear a existência de depressão, ansiedade e estresse na população brasileira devido à pandemia da COVID-19. O questionário online estará disponível neste link até o dia 15 de maio.
Para atender os trabalhadores da indústria de todo o Paraná que estiverem precisando de acolhimento neste período, o Centro de Inovação Sesi (CIS) em Longevidade e Produtividade disponibiliza um Canal de Apoio à Saúde Mental. “Durante uma pandemia, é normal que as pessoas estejam mais preocupadas e estressadas diante da falta de controle frente às incertezas, aumentando o grau de vulnerabilidade psicossocial. Esse canal de apoio faz parte de um conjunto de medidas de proteção que o Sistema Fiep oferece aos trabalhadores da indústria para que continuem entregando bons resultados, sem prejuízo à sua saúde física e emocional”, explica Maria Cristhina de Souza Rocha, gerente executiva de Projetos Estratégicos do Sistema Fiep.
De acordo com um estudo da Fiocruz, estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado específico para as reações e sintomas manifestados. Entre os sintomas mais frequentes, identificados pela equipe de especialistas do CIS, estão exaustão, irritação, medo, ansiedade e estresse. Formado por psicólogos e assistentes sociais com experiência em atendimento ao público, o grupo também tem acompanhado a evolução dos sentimentos relatados pelos profissionais que estão procurando o serviço ao longo das últimas semanas. “Desses cinco sentimentos, medo e ansiedade são constantes desde o início da pandemia. Porém, o que tem crescido, com o passar do tempo, é a irritação. A raiva tem sido relatada com mais frequência porque se esperava que essa situação fosse provisória e o incômodo vai se tornando cada vez maior, com a consciência de que teremos que manter esses novos comportamentos por muito mais tempo”, relata Maria Carolina de Castro Leal, que é psicóloga e consultora do CIS em Longevidade e Produtividade.
Como funciona o atendimento
O serviço, voltado exclusivamente a trabalhadores das indústrias do Paraná, funciona da seguinte forma: primeiro, o profissional faz contato com o Canal de Apoio por meio de um número de Whatsapp, onde ele responde a algumas perguntas sobre seus sentimentos por meio de um sistema automático, e informa se quer receber apoio; depois, um dos atendentes da equipe entra em contato com o trabalhador e inicia a conversa; o atendimento pode ser feito em duas ligações. Todas as informações fornecidas pelo trabalhador ao longo das etapas que compõem o procedimento são confidenciais. “O objetivo do programa é oferecer acolhimento e mostrar que as emoções que estamos sentindo são esperadas. Desta forma, eles conseguem ter condições para se reestruturar e estabelecer uma nova rotina. Se nos fortalecermos nesses primeiros meses, estaremos mais preparados para enfrentar as mudanças de vida que teremos no pós pandemia”, comenta Maria Carolina.
Entres as principais dificuldades relatadas pelos trabalhadores que já procuraram o atendimento, estão o medo da perda do emprego e problemas de relacionamento, seja com a família, que está mais junto em casa, ou com as novas rotinas de trabalho, principalmente para aqueles que estão trabalhando no modelo home office e não tinham esse hábito. “Ninguém teve tempo para ‘treinar’ um pouco para viver nessa nova realidade, então as dificuldades vão surgir e temos que aprender fazendo”, comenta a psicóloga. Além do atendimento em si, a equipe do Centro de Inovação do Sesi também aproveita a oportunidade para reforçar medidas de biossegurança imprescindíveis para atravessar este momento, como a necessidade da higiene pessoal, a importância da atividade física e do relaxamento, assim como a orientação de criação de rotina e disciplina. “As pessoas precisam entender que ter rotina e disciplina não significa que os dias vão ser todos iguais, são apenas formas de adquirir um pouco de controle sobre suas vidas novamente”, reforça.
Sobre o Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade
O Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade faz parte de uma rede de nove centros distribuídos pelo país. As unidades de pesquisa aplicada do Sesi foram criadas em 2017 para melhorar o ambiente de trabalho, a saúde e segurança dos trabalhadores e a produtividade das empresas. No Paraná, o CIS é um dos vários serviços oferecidos pelo Sistema Fiep para a indústria. Com foco na longevidade e na produtividade, o CIS tem o objetivo de realizar estudos, pesquisas e desenvolver produtos e serviços para a indústria nacional, relacionados às mudanças que estão ocorrendo no perfil demográfico da população brasileira e suas consequências na força de trabalho. Mais informações no site http://longevidade.ind.br/.
Fonte: Agência Fiep