Em curso, CIN orienta empresas sobre importação e exportação de serviços
O setor de serviços tem um peso muito grande na economia dos países, respondendo por cerca de 50% do PIB na maioria dos casos. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, o percentual chega a 70%. Além disso, é um grande empregador de mão de obra qualificada, conseguindo gerar e manter mais empregos que outros setores. Quando agregamos serviço a um produto que está sendo exportado, estamos agregando valor a ele, fidelizando o cliente e melhorando os nossos resultados. Da mesma forma, a importação de serviços também agrega valor e aumenta a competitividade da indústria nacional.
A colocação foi feita pela professora Luciana Mazzutti Leal, especialista em comércio exterior, que ministrou o curso online Importação e Exportação de Serviços, ofertado pelo Sistema Fiep, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), na última quinta-feira (25 de fevereiro).
De acordo com a especialista, de certa forma tanto a importação quanto a exportação de um serviço é relativamente mais simples do que a importação ou exportação de um produto. “No caso de um produto é bem mais burocrático, precisa uma série de adaptações e adequações a normas. Não que não haja uma exigência no caso de serviços, mas é mais fácil de se adaptar”, comentou.
A professora exemplificou alguns casos de exportação de serviços que se aplicam à indústria. “No caso de semente de soja, por exemplo, pode-se agregar um sistema de leitura da qualidade do solo que indica a necessidade do uso de corretivos e defensivos agrícolas. No caso de um carro, o serviço pode ser o software que aciona o air bag ou qualquer outro sensor”, pontua. Ela cita também o exemplo do que já acontece no sistema de transporte de carga na China, com a utilização de caminhões autônomos. “Isso também é uma forma de agregar valor. O serviço está ligado à tecnologia e deve ser entendido como um facilitador dos processos”, observa.
A especialista destacou que qualquer empresa pode exportar um serviço. “Uma indústria que produz um produto pode ser uma exportadora de serviço também. Um exemplo é uma indústria de alimentos que pode agregar à exportação do seu produto um evento de degustação ou um curso de gastronomia. Ou uma indústria de cosmético, que pode agregar à exportação de xampus e cremes para o cabelo um curso para profissionais de salão de beleza”.
Ela ressaltou que a manutenção de um canal de contato de acesso muito rápido para o atendimento ao cliente é fundamental na exportação de serviço. “É preciso um canal eficiente e ágil que responda o consumidor preferencialmente na primeira hora útil após a chamada”, reforça.
No caso de importação de serviços, que podem ser acionados pelas indústrias, Luciana citou como exemplo o desenvolvimento de um logotipo ou do design de um produto ou embalagem. “Hoje já é comum se importar esse tipo de serviço pela internet, de designers da Índia, Paquistão e China, por exemplo. Outros serviços que podem ser importados são: produção de vídeo, treinamentos e cursos, sistemas de e-commerce, entre tantos outros.
Por fim, ela orientou os interessados em focar em um público e em um mercado. “Não queiram vender para o mundo todo. Busquem caminhos mais simples. O Paraguai, por exemplo, que é nosso vizinho, é ignorado pela maioria dos exportadores e não deveria ser porque é um mercado que cresce e está aqui do nosso lado”, pontuou. Ela acrescentou também que é preciso conhecer o país para onde se quer exportar, estudar sobre as barreiras e se adequar às normas. Seguir as regras de “compliance” também é muito importante. “Tem que entender essas regras que são específicas em cada país e muitas vezes em cada cidade”, orientou.
Fonte: Agência Fiep